The Numbers Station (2013). Direção de Kasper Barfoed. Roteiro de F. Scott Frazier. Estrelando John Cusack, Malin Åkerman, Liam Cunningham, Richard Brake, Bryan Dick, Finbar Lynch, Lucy Griffiths e Joey Ansah.
Em Códigos de Defesa, John Cusack interpreta o agente da CIA Emerson que, durante uma operação de queima de arquivo, desenvolve uma consciência tardia e clichê quando hesita em matar uma testemunha ocular, no caso uma garota que acabaria sendo assassinada de qualquer maneira. A fim de se recuperar do trauma e como forma de represália do seu superior, Enerson é enviado à Inglaterra para proteger Katherine (Malin Akerman), a criptologista responsável por decodificar e transmitir ordens cifradas aos agentes da ponta. Entretanto, o que deveria ser apenas um retiro pacato ganha contornos dramáticos quando a estação é invadida por um grupo de terroristas e um broadcasting indecifrável e danoso é enviado a todos os agentes simultaneamente.
Escrita pelo estreante F. Scott Frazier e dirigida pelo dinamarquês Kasper Barfoed, a narrativa rotineira não inova nos tiroteios secos e pontuais, nem nos cortes rápidos que revelam os passos do incompreensível processo de criptografia ou mesmo nas deduções inusitadas, como a velha e conhecida descoberta da senha de um computador a partir de uma lógica do protagonista desenhada para boa compreensão do espectador. Neste sentido ainda, as mensagens gravadas no turno anterior são reconstruídas a partir de flashbacks pouco diegéticos, cuja única e desarrazoada explicação de existir exige que Emerson seja um Sherlock Holmes, algo que ele definitivamente não é, já que nem segue um protocolo simples antes de realizar uma ligação telefônica.
Um demérito do roteiro e não de John Cusack, empenhado em rasgar o diploma da escola Nicolas Cage de overacting e construir um personagem desconfiado e soturno, ainda que às vezes demasiadamente aborrecido. Porém, a estereotipagem excessiva de Emerson denigre o melhor esforço de Cusack, e logo que o vemos entornando garrafas de álcool e rememorando o assassinato que tanto o atormenta, está clara qual será sua postura em relação à Katherine que, interpretada com energia por Malin Åkerman, recebe cuidados médicos do colega não apenas uma, mas duas vezes, dentro de uma enfermaria melhor equipada do que muitos hospitais por aí.
Seguindo a cartilha do suspense burocrático, sem surpresas e nada inovador, Códigos de Defesa também tropeça na fotografia mal-iluminada de Óttar Guðnason, que compromete terminantemente a tarefa de distinguir onde estão localizados os personagens dentro da estação. Não foi desta vez que decifraram o código de um bom filme.
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